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Um ano de COVID-19 no Acre: mortes, luto, descasos

  • Foto do escritor: Joana Marx
    Joana Marx
  • 17 de mar. de 2021
  • 3 min de leitura

No dia 17.03.2020 recebemos informações sobre os primeiros casos de COVID-19 registrados no Acre. Os casos foram confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre – Sesacre, e, tanto a prefeitura de Rio Branco quanto o governo do Estado do Acre declararam situação de emergência em saúde. As orientações deram-se por meio dos decretos: decreto municipal nº 196 de 17.03.2020 e decreto estadual nº 5465 de 16.03.2020. Então, recebemos orientações para mantermos o isolamento social e a quarentena.


Nos relatos que lemos existem declarações sobre o tempo que as pessoas pensavam que as medidas poderiam durar. Algumas pessoas falavam em 30 dias, outras em dois meses ou três. Mas, no dia 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada como uma pandemia por Tedros Adhanom - o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS).


Hoje, neste 17.03.2021, infelizmente, o Brasil registrou 284.775 óbitos. Ontem, 16.03.2021, foram registradas 2.841 mortes no Brasil (2.841 mortes, em 24h). A nação brasileira registra, ao todo, 284.775 mortes pela doença. São 284.775 pessoas que tiveram suas vidas, suas histórias, seus sonhos, seus projetos e seus planos interrompidos. Interrupções bruscas causadas não somente pelo vírus, mas também pela negligência humana.


Desde o início da pandemia, percebemos que as ações do governo federal, em relação ao combate à COVID-19, são pautadas pelo descaso e pelo negacionismo. O presidente seguiu fazendo aglomerações, sem utilizar ou recomendar o uso de máscara, sem incentivar o isolamento social, sem estimular a vacinação e sem criar medidas para auxiliar a população durante esse período tão difícil. Não percebemos a criação de medidas que pudessem cooperar, efetivamente, com o enfrentamento da situação que estamos vivendo.


Notamos, a partir dos pronunciamentos e da postura do presidente do Brasil e sua equipe, tentativas de nos fazerem olhar a situação como “algo natural” e a ver todo esse quadro como se fosse “normal”. Todavia, no dia 03.03.2021, o Brasil registrou 259.271 mortes e no dia seguinte, em um pronunciamento, o presidente disse: “chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”. Observamos uma tentativa de fazer a sociedade, usando as palavras de Eduardo Galeano: “aceitar o horror como se aceita o frio no inverno”. Repudiamos toda a falta de respeito, de solidariedade e de políticas públicas do presidente do Brasil.


E sobre o Acre, no dia em que completamos um ano da confirmação do primeiro caso, registramos 343 casos de infecção pelo SARS-CoV-2 e 4 óbitos. De acordo com os dados fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre – Sesacre, já registramos 1.144 óbitos, temos 386 pessoas internadas e, em 24 horas, o número de registros de infectados passou de 63.378 para 63.721.


O Sistema Único de Saúde encontra-se em sobrecarga e não há vagas de UTI no Acre. Devido a essa situação, o Estado tem transferido pacientes para outros Estados e há lista de espera por vagas na UTI e na enfermaria (11 pessoas esperam vagas para a UTI e 04 para a enfermaria). O quadro é lamentável!


Há um ano, profissionais das diferentes áreas criam as suas medidas e as suas maneiras para sobreviverem ao caos trazido pela pandemia, para lidarem com as dores do luto e manterem o mínimo de saúde mental.


Destacamos que o momento em que vivemos requer um compromisso coletivo e a postura de cada pessoa conta muito para auxiliar no cumprimento aos protocolos de combate. Há a necessidade de exercitarmos a solidariedade, a urbanidade, o respeito, a humanidade e o isolamento social. Para quem for possível, compartilhe o que puder com quem menos tem e ajude a amenizar a crueldade desses dias tristes. Vamos criar redes de solidariedade e de apoio.


Aproveitamos para reforçar sobre a importância de seguirmos os cuidados e as medidas de combate à COVID-19 e cobrarmos ações do governo. Se puderem, fiquem em casa!


Expressamos os nossos sinceros sentimentos a todas as pessoas que perderam alguém para essa doença. Desejamos forças para prosseguirem, apesar das dores causadas por esse momento tão doloroso.


Referências

CNN BRASIL. Quase 3 mil mortes por Covid, transição na Saúde e mais da noite de 16 de março. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/03/16/quase-3-mil-mortes-por-covid-transicao-na-saude-e-mais-da-noite-de-16-de-marco . Acesso em 17.03.2021.


GALEANO, Eduardo. Dias e noites de amor e de guerra. Porto Alegre: L&PM, 2011.


G1 ACRE. Secretaria de Saúde do Acre confirma três primeiros casos de novo coronavírus no estado. Disponível em: https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2020/03/17/governo-confirma-tres-primeiros-casos-de-coronavirus-no-acre.ghtml. Acesso em 17.03.2021.


OPAS BRASIL. OMS afirma que COVID-19 é agora caracterizada como pandemia. Disponível em:https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6120:oms-afirma-que-covid-19-e-agora-caracterizada-como-pandemia&Itemid=812 . Acesso em 17.03.2021.


NOTÍCIAS DO ACRE. Boletim Sesacre desta quarta-feira, 17, sobre o coronavírus

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