Parece estranho, mas é fim de ano...
- Paulo Azevedo
- 9 de abr. de 2021
- 2 min de leitura
Parece estranho, mas é isso! Fim do ano letivo de 2020 nas escolas da rede pública de ensino estadual. E que ano, hein!
Debrucei-me a rabiscar este pequeno texto em forma de versos, porque quando a coordenadora pedagógica da Escola Adalberto Sena, localizada em Rio Branco, postou no grupo de Whatsapp da turma do meu filho o encerramento do ano letivo, algo que não consigo explicar tocou-me profundamente. Uma sinestesia de sentimentos!
Emoção, superação, gratidão,
Lutas, dificuldades, cansaço,
Alegria, ousadia, pandemia,
Tristeza, incerteza.
Como adjetivar um ano que se encerra de forma atípica?
Um ano que se iniciou como outro qualquer, mas havia um temor.
Lá no Oriente!
Imaginem! Quem diria.
Um vírus que surgiu na China se espalhou pelo mundo todo.
Pareciam tão distantes: orientais e ocidentais em lugares diametralmente opostos – antípodas.
Mas o vírus cruzou céu e mares, chegou ao ocidente; alcançou a Amazônia Ocidental, o Acre, Rio Branco, inclusive municípios sem infra estrutura rodoviária.
Mesmo tão distante,
Mesmo tão aquém,
Para o tal vilão
Não existem barreiras, não existem fronteiras.
É necessário prevenção
Quero suscitar uma questão: será que a Idade Medieval está de volta?
Pandemia.
Negacionismo.
A ciência em descrédito.
E políticos descompromissados.
Por um período de obscurantismo estamos passando
E vai passar.
E os alunos, como ficam na História?
Com as aulas suspensas a saída foi se adaptar,
Porém tão aquém das tecnologias do ensino remoto.
Para muitos o smartphone se tornou objeto essencial de estudo
E o whatsapp utilizado para troca de mensagens, selfies
Tornou-se sala de aula.
O inicio foi desestimulante!
Da evasão escolar à evasão digital
E o resultado das notas do primeiro bimestre foi fatal
Mas o sistema educacional é flexível. Houve tempo p’ra recuperar.
E os professores!
Tiveram que se reinventar,
Reuniões virtuais
E aulas pelo computador e aulas pelo celular
E às vezes tinham que decodificar
As atividades dos alunos.
Parabéns aos mestres, que de forma magistral, souberam se adaptar.
E os responsáveis!
Mamães, papais;
Vovôs, vovós;
Titias, titios;
Irmãos, irmãs.
Enfim!
Além da jornada de trabalho
Agora tinham que se transmutar
Rever, reaprender
Alguns podiam recorrer à internet p’ra relembrar
E no final a recompensa
Mesmo na adversidade.
Somos brasileiros,
Somos amazônidas,
Somos negros, pretos, pardos, indígenas, amarelos, somos tudo isso e muito mais,
Somos pais, somos mães, somos educadores.
A pandemia continua,
A luta continua também,
Mas a vontade de vencer é maior
E nossos filhos e filhas merecem um mundo melhor!
Encerro por aqui esboçando a alegria de um pai
Que trabalha,
Que estuda,
Que vivencia a rotina de dois filhos estudantes,
Que está na luta
Como outro Paulo – sem querer ser presunçoso – por uma educação libertadora.
Magnífico , exultante, culto e cheio de sentimentos... obrigado.😀
Excelente! Isso mostra que ainda temos pais como antigamente, que acompanham a vida escolar dos filhos e tem uma visão macro e micro da realidade. Vc foi nessa pandemia um parceiro nota 10 dos professores. Seu apoio ao seu filho e à forma compreensível de lidar com os professores nos fez mais fortes e nos deu ânimo para continuar trabalhando e a buscar melhorias em nosso trabalho. Parabéns!
Lindo! Obrigado por compartilhar esse texto tão precioso, repleto de sentimentos bons em meio ao mundo caótico em que estamos vivendo. E que, realmente, prezemos sempre por uma educação libertadora mesmo em um ensino remoto emergencial.