Historiando: Texto Inaugural
- Andrisson Ferreira
- 25 de fev. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 18 de mar. de 2021
Inicio um trecho das caminhadas insólitas que transcorrem a vida. Resolvi, no apoio e companhia de caros historiadores e futuros historiadores, fazer um site/blog!
Compreendendo a insanidade do momento, onde temos uma verdadeira “Era Digital”, acreditamos que uma leitura pode acalentar indivíduos assolados pela pandemia que tem interferido tenazmente as relações sociais do mundo moderno. Trazemos aqui a proposta de difusão de informações com seguridade, sobretudo no que permeia a História em seus debates acerca do passado, presente, histórias antigas, histórias novas ou novas histórias, e suas conversações interdisciplinares entre as diversas áreas do conhecimento. Afinal, é preciso historiar!
O “Historiando”, decorre assim, da importante necessidade de ampliação de discussões interdisciplinares que transcorrem nosso dia a dia em variados níveis sociais. Desde conversas acadêmicas aos assunto do “povão”, da conversa do doutor aos pronunciamentos do sábio sem diploma, afinal, não é somente um papel que assegura conhecimentos, não é mesmo?
Acreditando no poder da escrita e sua importância, “transcendemos” ao virtual. Os algoritmos, hoje, enfatizamos, são verdadeiros “senhores” da contemporaneidade – permeiam os distintos espaços e, apesar de a internet não ser um lugar de acesso democrático, já tem sido, pouco a pouco, “autorizada” na periferia. Esta ferramenta já passa a ser, para a geração do século XXI, um “produto de subsistência” um verdadeiro “item de primeira necessidade” – é através dela que podemos absorver amplo conhecimento ou imensurável alienação.
Em tom às vezes acadêmicos, outrora um diálogo popular, proporemos dialogar com o todos, todas e todes, afinal, o conhecimento não tem fronteiras e a separação das ciências é uma resultante do sistema capitalista, todavia, toda ciência é humana, porque o ser humano é quem produz o conhecimento, é ele o agente da história!
No sentido de agentes da história inclui-se o homem e a mulher preta, os jovens e anciãos indígenas, o periférico, a mãe, o homem e a mulher quilombola, o analfabeto também, a partir da oralidade, dos africanos aos latino-americanos. Afinal, nós já sabemos que o conhecimento já foi subdivido, compartimentado, fronteirizado a fim de que os não-brancos e não-ocidentais não tivessem acesso. A verdade é que o saber é um espaço de poder e precisamos romper com as restrições históricas impostas aos inferiorizados.
O “Historiando” inaugura-se como verdadeiro espaço de poder, pois saber escrever, a exemplo do Antigo Egito, assegurava aos escribas os cargos mais importantes daquela civilização. No entanto, em vários países, sobretudo o Brasil, no decorrer dos séculos, a educação e o conhecimento começam a ser acessíveis, isto a partir das inúmeras lutas históricas das populações inferiorizadas étnica, social e economicamente.
Será possível assim, estabelecer diálogos com e para os diversos grupos da sociedade, que amam história e suas implicações na sociedade, numa busca oportuna de irmos para longe das classificações sociais e raciais e das sobreposições de poderes, buscando unir forças pela reflexão com os nossos futuros leitores.
É preciso enfatizar que, a difusão do conhecimento, seja de qualquer ramificação, tem sua relevância, pois como assegurava o filósofo martinicano Fanon em seus escritos, é preciso criar pontes, e se os que a construírem não forem passar por ela, é melhor que continuem a nado ou numa balsa. Contudo, caro leitor, propomos atravessarmos juntos as pontes que nos possibilitam o acesso ao conhecimento, ao diálogo e à reflexão.
Em tempos de difusão do negacionismo, das fake news, de uma perceptível decadência moral e intelectual, vamos construir pontes. Historiando caminhos e descaminhos sob múltiplas perspectivas.
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